9 de março de 2018
2 de outubro de 2015
PROCURO
o meu botão do FODA-SE!
Por motivos de pressão social e moral, guardei-o há anos com muito carinho, juntamente com a minha auto-estima e o meu amor próprio em uma caixinha.
Durante muito tempo ainda ia visitá-los, levava bombons e mimos e, juntos, nos deliciávamos em lembranças nostálgicas de tempos onde os meus limites eram simplesmente definidos por o que eu queria, o que me fazia feliz (ou eu achava que fazia ;) !) e quanta grana eu tinha para isso.
O tempo foi passando, a pressão crescendo, até que por falta de tempo e por vergonha (pasmem, mas é a verdade!), fingi que eles não mais existiam, que eram partes de alguém que eu não era mais.
Por fora, vesti a camisa da adulta vulgar, com os pés no chão e conforme com as diretrizes da sociedade. No fundo do coração, porém, sabia que nada mais fazia além de trair-me a mim mesma.
Comecei então um processo de coleta de coragem. Sim, porque a coragem em si eu não deixei na caixinha, mas uma pessoa conivente com tudo, acaba ao longo dos anos sempre doando cada vez mais da sua coragem aos outros; em troca de paciência, responsabilidade por erros alheios e culpa. Culpa de tudo. Sempre.
Finalmente consegui juntar uma quantidade mínima de coragem suficiente para poder ir desenterrar a minha caixinha e libertar o meu querido botão do foda-se, a minha auto-estima e o meu amor próprio.
Quanta desilusão!! A caixinha está vazia!! Fugiram!! Abandonaram-me de vez!! - o que é até natural, entendo, visto que os negligenciei por tanto tempo! Sei que a culpa (obrigada, Sociedade! HAHA!) é toda minha.
E apesar dos anos e das adversidades, são eles parte de mim; e eu, como uma boa mãe, me preocupo com seu paradeiro e situação e quero-os de volta! Estou confiante de que ainda vivem e de que voltarão.
Mesmo assim, estou à procura.
Caso algum de vocês os encontre, por favor, mande-os de volta ao lar!
(...)
.. ou será que já voltaram para mim à partir do momento que decidi busca-los de volta e não percebi?
L. B. Morgandy
02.10.2015
Com agradecimentos à: Luigi, Pati, Amanda e Dylan.
21 de abril de 2011
Primavera
A primavera dá graças à minha volta
e se mostra pela sua mais graciosa face.
As árvores, carregadas novamente,
o céu azul,
o sol brilhando..
Mas o abrir das flores só chama-me à mente
a lembrança da perdição
das mulheres da vida
do outro lado da rua..
e o sorriso amarelo das pessoas no parque
não me iludem mais de simpatia.
Com os bêbados da praça divido a minha saudade,
mesmo que de outras coisas..
L. B. Morgandy
19.04.2011
23 de fevereiro de 2011
21 de dezembro de 2010
Mittwoch
Langsam drehte er dessen Knochen, bis der stumpfe Knacken zu hören war. Seine Finger waren klebrig und dicke Tropfen rollten durch seine Hand gen Handgelenk. Nochmals drehte er die Knochen sooft, und fast sanft, bis sie sich voneinander lösten. Dann hob er den einen mit dem Knorpel und saugte genüsslich daraus. Er zog es mit den Zähnen aus den Knochen und kaute gefräßig daran: „Das beste Stück!“ Er grinste die Kinder barsch an und wiederholte: „Das beste Stück vom ganzen Huhn!“. Und so war's jeden Mittwoch – der Tag, an dem sie Hühnersuppe hatten.
L. B. Morgandy
29.08.2010
Sou uma mulher moderna!
Moderníssima, para ser sincera.
Possuo todos os aparelhos e apetrechos de última geração, justamente para tornar a minha vida mais cômoda e confortável.
Tenho uma máquina que lava e seca as roupas para mim.
Uma outra que cuida das louças.
Tenho uma que me avisa quem me ligou e o que queriam, para eu não perder nadinha.
Tenho um computador de mesa, um laptor e até um pequenininho, que posso levar para todo o canto, caso precise urgentemente verificar alguma coisa importante.
O meu celular tem câmera fotográfica, agenda eletrônica e uma lista enooorme de telefones – que a maioria é dos meus médicos, ninguém precisa saber, não é mesmo?
Possuo uma televisão chiquérrima, fininha, fininha e aparelhos de videogame, com cartões gráficos de tecnologia de ponta – pena que falta tempo para usá-los mais..
Aliás, tempo é outro aspecto muito importante.
Para ser moderno, você não pode ter tempo – nunca!
Quem tem tempo é vagabundo!
Eu, por exemplo..
Meus poucos amigos já até desistiram de me convidar para alguma coisa.
A família mesmo, só visito quando não tenho outra alternativa.
Os trabalhos da faculdade são feitos correndo, a casa é feita por cima;
no meio, durmo pouco e como de pé.
Escrever contos, estórias, poesias.. pintar na tela as minhas idéias?
Não tenho tempo, não. Fica p'ra próxima, tá?
Qualquer dia desses até a criatividade desiste de mim.
Mas desde quando uma mulher moderna pode se dar ao luxo de ter tempo para gastar sendo criativa, não é?
Ah! O microondas apitou!
Meu almoço pré-cozido já está pronto.
Ãh.. a gente se vê então, né?!
L. B. Morgandy
13.01.2010
14 de dezembro de 2009
A canoa
hoje pintei
não o sete
mas pintei
a canoa apareceu
junto com outras quebradas
depois sumiu
e sumiram todas
a canoa voltou
sozinha, dessa vez
mas voltou barco
com vela e lamparina
a canoa é duas
é instrumento do trabalho dele
e é símbolo do medo dela
e ela vela
com seu amor protetor
o trabalho à vela dele
L. B. Morgandy
06.12.2009